Um futuro de maior equidade social e prosperidade compartilhada exige um olhar prioritário para as comunidades negras e periféricas. Providos de saberes ancestrais capazes de transformar a economia local – e por que não global – com inovação e criatividade, afroempreendedores e afroempreendedoras precisam apenas de acesso e oportunidades para liderar transformações econômicas e sociais de enorme impacto positivo.
publicado no site Anpecom
Cientes desse contexto, a Anpecom uniu-se à Associação Zagaia Amazônia e ao Espaço Korihé em uma parceria inédita para desenhar o projeto Ancestralidade Negra e Florescimento do Empreendedorismo com a comunidade de Beiru Tancredo Neves, em Salvador, na Bahia, um dos maiores complexos negros do Brasil.
No dia 05 de agosto aconteceu o lançamento oficial desta iniciativa em uma web conferência com a participação da comunidade, empreendedores e empreendedoras, parceiros envolvidos e poder público local.
“Desejamos trabalhar com essas comunidades, endereçando o problema da fragilização psíquica e emocional de empreendedores e empreendedoras em situação de vulnerabilidade e de origem negra que desconhecem e/ou desvalorizam suas potencialidades empreendedoras e a riqueza econômica e social que o resgate da ancestralidade afro-brasileira pode gerar para o crescimento de suas comunidades”, destacou Valéria Lapa, terapeuta comunitária e uma das responsáveis pelo projeto Ancestralidade Negra e Florescimento do Empreendedorismo.
Até novembro deste ano, o projeto levará para a comunidade metodologias que atuam no campo do florescimento humano com foco nas capacidades empreendedoras.
Em linhas gerais, serão ofertados: Círculos de Solidariedade Social que consistem em espaços de escuta e acolhimento, para fortalecimento dos vínculos; escutas coletivas e rodas com ferramentas de coaching em grupo; Rodas de Terapia Comunitária Integrativa Temática, uma metodologia que deseja fortalecer o tecido social e, consequentemente, ao ecossistema de negócios de impacto; oficinas de Ancestralidade Negra, que visam a reconstrução do histórico ancestral através dos hábitos, costumes, vocabulário ioruba, manifestações culturais, religiosas, estéticas e gastronômicas; mentorias para planejamento de negócios, articulação empreendedora e fortalecimento de redes; organização e realização de um Festival Comunitário com gastronomia, música, moda, cultura e estética afro-brasileira, com o objetivo de favorecer o nascimento e/ou consolidação de oportunidades de trabalho e geração de recursos na comunidade e a estruturação de negócios de impacto; além da formalização de uma rede de empreendedorismo na comunidade.
A sustentabilidade econômica do projeto foi viabilizada por intermédio das parcerias celebradas com Instituto de Cidadania Empresarial (ICE), Plataforma Benfeitoria e Fundação Tide Setúbal no matchfunding realizado no contexto da realização do Fórum de Negócios e Investimentos de Impacto de 2021.
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