Há 4 anos, ONG de Economia Solidária de Juiz de Fora vem transformando a vida de dezenas de mulheres.
por Cibele Lana
publicado na revista Cidade Nova, edição DEZ/2022
Resgatar e revelar a potencialidade das mulheres de periferia por meio de um espaço de convivência acolhedor, colaborativo e protagonista de ações práticas é a principal missão da Associação Casa de Clara, um projeto social localizado em Juiz de Fora (MG) que atua com base no do tripé arte, educação e economia solidária.
A Casa de Clara oferece cursos de bordado e crochê, teatro, violão, horta solidária, oficinas de sabão artesanal, rodas de conversa, cinema e assistência social e de saúde, todas iniciativas permeadas pela escuta ativa e pela convicção de que as mulheres precisam redescobrir potência onde acreditam existir fragilidades, para fazer florescerem sua força e seu protagonismo.
“Sabemos que essas mulheres guardam uma potência incrível, e em torno delas podem nascer novas formas de ser e de pensar, novas relações”, ressalta Assunção Calderano, presidente da instituição e idealizadora do projeto junto ao seu marido, Lecir Calderano.
Tudo começou em 2018, quando o casal se sentiu impelido a realizar alguma iniciativa pelas mulheres de periferia. No meio de uma praça da comunidade, conversando com três moradoras, surgiu a ideia de realizar uma enquete entre elas para identificar algumas possibilidades para um projeto social. Artesanato e atividade física foram as iniciativas mais requisitadas e logo começaram a ser oferecidas em um espaço de 20 m2.
Logo depois, nasceram também as rodas de conversa. “As rodas de conversa partem de uma metodologia que cria um espaço de escuta ativa e vivência prática. Por meio de atividades como um quebra-cabeça ou um bolo coletivo, por exemplo, percebemos o que é importante ser trabalhado: autoconfiança, criação de vínculo etc.”, explica Calderano.
Após o período de pandemia, as próprias mulheres expressaram o desejo de retomar as atividades presenciais e de conseguir um espaço maior para a Casa de Clara. Com doações provenientes de mais de 400 pessoas que contribuíram com valores de R$ 3,00 a R$ 10.000, em nove meses foi possível mudar para um espaço próprio com cerca de 2.000 m2.
“Nesses anos de trabalho, vimos o estabelecimento de vínculos, o resgate da valorização de si mesmas e a criação de uma rede entre elas. E ainda, fomos testemunhas de diversas situações de mulheres muito depressivas, que não saíam de casa, e hoje coordenam ações”, completa.
A Economia de Comunhão está estruturando uma parceria com a Casa de Clara para oferecer uma formação empreendedora às mulheres do projeto. Em breve, mais novidades.
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