50 anos após uma definição de capitalismo baseada no lucro para acionistas, um movimento global propõe novos imperativos capazes de redefinir, de uma vez por todas, esse conceito.
por Cibele Lana
Publicado no site Anpecom em 10/03/2021
Em 1970, o renomado economista americano Milton Friedman defendeu, em um histórico artigo publicado no The New York Times intitulado “A Responsabilidade Social das empresas é aumentar seu lucro”, que a missão das empresas é apenas e tão somente dar lucro aos seus acionistas.
Com o intuito de definitivamente redefinir esse axioma, organizações diretamente relacionadas ao Sistema B, como o B Lab e o The B Team, além do Capitalismo Consciente, do Instituto Ethos, dentre outros, formaram uma coalização de líderes de negócio que pensam uma nova economia para lançarem o Imperative 21.
Resumidamente, são três os princípios defendidos pelo movimento. O primeiro deles defende um sistema econômico mais saudável e que reconhece a interdependência entre pessoas, o planeta e as economias, com relações equilibradas e garantia de acesso a oportunidades seguras e justas no mercado. O segundo advoga por mudanças estruturais para que as empresas sejam mais inclusivas, democráticas e a favor dos direitos humanos. E o terceiro anseia por que o sistema econômico seja mais transparente e meça seus resultados sociais com o mesmo comprometimento e seriedade com que mede os resultados econômicos e financeiros.
“Para nós, a definição perfeita (de capitalismo) seria a de maximizar o bem-estar compartilhado e um planeta saudável, ou seja, o lucro para todas as partes envolvidas”, explicou Márcia Silveira, diretora de comunicação e articulação do Sistema B Brasil.
A campanha global foi lançada no Brasil em setembro de 2020 e incluiu intervenções artísticas na Avenida Paulista, em São Paulo, além de ter impactado mais de 1 milhão de pessoas com artigos, entrevistas, casos de sucesso, redes sociais etc. “Inspiramos professores da academia, novos profissionais, empreendedores e toda uma classe que vem pensando em como fazer essa mudança dentro das empresas”, completou Silveira.
Ao longo do caminho, o movimento ganhou novas organizações adeptas, como a Economia de Comunhão e a Akatu.